Parece que foi ontem: o lançamento do Wii, o console revolucionário da Nintendo prometia fazer jogadores saírem do sofá e se mexer com seus jogos e o controle que reconhece movimentos.
A 'revolução' começou em 2006 e de lá pra cá, todos ficaram de olho nos novos consumidores que a Nintendo trouxe para o mercado, inclusive a Microsoft, que convocou o time de desenvolvimento para criar uma forma que facilitasse ainda mais a vida desses novos usuários: e conseguiu.
Com o Kinect, jogadores só precisam contar com seus reflexos e músculos. O primeiro game da fila, "Kinect Adventures", chega para mostrar o que o aparelho é capaz de fazer, colocando as pessoas em pé de frente ao televisor fazendo poses engraçadas e até constrangedoras - e se divertindo com isso.
Remexendo com os amigos
"Kinect Adventures" é bem simples: trata-se de uma pequena coletânea de cinco jogos que fazem os jogadores pularem e mexerem braços e pernas. E são cinco joguinhos bem divertidos, que agradam principalmente quem tem pouco ou nenhum contato com os jogos atuais.
Minigames para toda a família
Começando pela interface, toda em português do Brasil, que explica as modalidades, configurações e pormenores que estão disponíveis. Isso acaba se tornando mais um atrativo para os consumidores do mercado nacional que querem entrar na festa.
Entre as opções é possível escolher entre jogar o pacote de game no modo de aventura ou separadamente. Vazamentos (20,000 Leaks em inglês) coloca os jogadores em uma caixa no fundo do mar. A missão é tapar os buracos feitos pelos peixes pisando e apontando para os buracos.
Em Bolha Espacial (Space Pop) o jogador é colocado em uma caixa e deve estourar bolhas de sabão que aparece no cenário, batendo os braços como se fossem asas para levantar voo ou juntá-los ao corpo para descer. Já no modo Salão dos Ricochetes (Rallyball) o jogador deve bater em bolas que destroem alvos e caixas no fundo de um corredor, quanto mais acertos nos alvos, mais bolas aparecem para desespero do jogador, que tenta insanamente impedir que elas saiam da cabine.
Finalmente em Corredeiras (River Rush) e Cume dos Reflexos (Reflex Ridge) o jogador é colocado em uma plataforma e deve coletar o maior número de pontos saltando e estendendo os braços. No caso do Cume dos Reflexos, ainda é necessário evitar armadilhas que aparecem no caminho.
Esses jogos até parecem brincadeiras simples, mas divertem um grupo de pessoas na sala de estar, não só pelos jogos em si, mas pelas fotos que são tiradas em momentos chave, colocando o jogador em poses bobocas e constrangedoras. Os corajosos podem ainda colocar essas fotos em um álbum online para compartilhar com os amigos.
Veja demonstração na E3 2010
O porém é que para aproveitar todas as galhofas é necessário ter bastante espaço, muito espaço. Para jogar acompanhado são necessários três metros de distância do Kinect, do contrário a brincadeira deve ser feita no bom e velho "um de cada vez". Sem falar que algumas atividades são feitas para serem jogadas cooperativamente e isso geralmente acaba em colisões ou outras trapalhadas dignas de uma comédia do tipo pastelão.
É bom estar em forma e fazer um alongamento antes de começar a jogar. Os sedentários de plantão vão começar a sentir dores em menos de 15 minutos de atividades. Isso porque em níveis avançados de todos os jogos é necessário fazer movimentos mais rápidos e frenéticos para conseguir um bom resultado na pontuação. O final de uma rodada de Corredeiras, por exemplo, geralmente marca o fim de uma sessão, pois todos os jogadores estão com a língua de fora de tanto pular e se sacudir de um lado para outro.
Talvez a maior falha do título seja que ele não vai manter o jogador ligado por muito tempo. Por mais que existam dificuldades maiores e mais complexas, logo o jogador vai se cansar de fazer as mesmas coisas toda vez que resolver fazer uma partidinha. Não existe um incentivo para voltar a jogar, como acontece em "Wii Sports", por exemplo. Depois de algum tempo, é bem provável que "Kinect Adventures" fique no canto da prateleira.
